24 de fevereiro de 2011

Pesquisadores brasileiros descobrem curativo natural

  O curativo ajuda no tratamento de feridas de cicatrização difícil e tem um diferencial inovador: 100% da matéria-prima vêm de sangue doado. 

Pesquisadores brasileiros descobriram um curativo natural para o tratamento de feridas de cicatrização difícil. É feito de sangue humano.
O aposentado Arthur Travasio tem feridas na perna causadas por uma queimadura que nunca cicatrizou. Agora, ele começou um tratamento com um gel que funciona como curativo natural.
O produto é fruto de uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Hematologia da Unesp de Botucatu. O medicamento tem um diferencial inovador: 100% da matéria-prima vêm de sangue doado.
"O que nutre todos os tecidos é o sangue, então deveria estar neste sangue a resposta para as feridas”, disse a pesquisadora Elenice Deffune.
O sangue passa por essa máquina que divide o material em três partes: hemácias, usadas nas transfusões; plaquetas, utilizadas no tratamento de leucemia; e plasma, que na maioria das vezes era descartado. E é justamente o plasma a fonte do novo remédio.
A principal função do produto é estimular o organismo a conter a ferida. A ação das proteínas que estão presentes no gel ajuda a recuperação dos vasos sanguíneos, a formação de nova pele e o fechamento da lesão.
"São substâncias que interagem com a própria química do organismo", disse a pesquisadora Rosana Rossi Ferreira.
O gel está em fase de testes, mas logo deve ser comercializado. "Ele é economicamente viável e é cientificamente lógico", afirmou Elenice.
A auxiliar de enfermagem Conceição Marfil sofreu com úlceras nas pernas durante sete anos. Depois de usar o curativo natural, não tem mais nada.
"Foi uma salvação, tanto na parte estética, como emocional também, porque a pessoa que tem essa úlcera acaba se fechando um pouco".
De acordo com os pesquisadores, o gel desenvolvido pela Unesp deve custar um terço do preço dos medicamentos convencionais.



Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/02/pesquisadores-brasileiros-descobrem-curativo-natural.html

18 de fevereiro de 2011

HIGIENIZAÇÃO E LAVAGEM DAS MÃOS

LAVAGEM DAS MÃOS EM UM HOSPITAL ESCOLA




A revista Annals of Internal Medicine, de janeiro/99, publica um relato de Pittet e colaboradores em que estes examinaram quão freqüentemente os profissionais de saúde de um hospital-escola de Genebra (Suíça) lavavam suas mãos durante os cuidados de rotina prestados aos pacientes (Ann Intern Med 1999; 130:126-30). Na medida em que a maioria das infecções hospitalares são transferidas pelas mãos dos profissionais de saúde, este estudo assume grande significado para a saúde dos pacientes.
Em média, os profissionais de saúde desse hospital lavaram suas mãos em cerca de 48% das ocasiões. A adesão às normas sobre lavagem das mãos variou com o tipo de profissional de saúde, a enfermaria, o risco de contaminação e o "índice de atividade" (definido como o número de oportunidades de lavagem das mãos por hora e que, de fato, é uma medida da intensidade dos cuidados, ou da carga de trabalho), bem como com a hora e dia da semana.
Em geral, os enfermeiros lavaram suas mãos mais freqüentemente (52% das oportunidades) do que os médicos (30%), auxiliares de enfermagem (47%) e outros profissionais de saúde (38%). A unidade de terapia intensiva, onde os pacientes estão sob significativo risco de infecção hospitalar, apresentou a mais baixa freqüência de lavagem das mãos, e o Departamento de Pediatria a mais alta.
Surpreendentemente, houve uma relação inversa entre o risco de contaminação e o nível de lavagem das mãos: aqueles que executavam procedimentos de alto risco lavavam suas mãos em 38% das ocasiões, enquanto aqueles envolvidos em procedimentos de baixo risco fizeram uso das oportunidades de lavagem das mãos em 52% dos casos. O que causou maior preocupação, no entanto, foi a observação de uma correlação inversa semelhante entre o "índice de atividade" e a lavagem das mãos. Em outras palavras, quanto mais atarefado fosse o profissional de saúde, menor a probabilidade de utilização das oportunidades de lavagem das mãos.
A despeito dos dados sobre a baixa adesão às normas sobre lavagem das mãos, uma mensagem positiva deste estudo é a identificação de fatores específicos associados com a não-adesão. Assim, de acordo com os autores do estudo, as intervenções que "colocam o foco em enfermarias selecionadas, grupos de profissionais de saúde ou situações de cuidados ao paciente" são, provavelmente, as abordagens de maior efetividade.
Em editorial publicado no mesmo número (Ann Intern Med 1999; 130:153-5), o dr. John Boyce, do Miriam Hospital, sugere que se utilize a denominação "higiene das mãos" no lugar de lavagem das mãos, visando enfatizar que alternativas para a água e o sabão podem ser usadas para se esterilizar as mãos. Por exemplo, ele recomenda o uso de produtos (líquidos ou na forma de gel) à base de álcool que contenham emolientes e que possam causar menos dermatite (uma queixa importante em relação à freqüente lavagem das mãos com água e sabão), bem como o uso de agente anti-séptico sem água que possa propiciar uma limpeza mais rápida das mãos à beira do leito. Este último ponto é de vital importância para os profissionais de saúde mais atarefados, que devem lavar suas mãos 40 a 60 vezes por hora. Se, por exemplo, a lavagem das mãos demorar 30 segundos a 1 minuto, qualquer meio que economize minutos é significante. O mais importante, segundo Boyce, é que a administração dos hospitais deve implementar e apoiar estratégias que aumentem a higiene das mãos, incluindo programas educacionais inovadores, assim como monitorando e provendo retorno sobre a adesão às normas de lavagem das mãos.

Fonte: http://www.portalmedico.org.br/jornal/jornais1999/0299/MedMundo.htm

10 de fevereiro de 2011

Brasil produzirá versão genérica de medicamento para aids e hepatites

 

Produção nacional, pela Fundação Ezequiel Dias, representará economia de aproximadamente R$ 410 milhões ao país


Mais uma aposta na produção nacional de medicamentos para a aids e as hepatites acaba de se concretizar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, por meio da Resolução 487/2011, o registro de comercialização da versão genérica do tenofovir para o laboratório oficial Fundação Ezequiel Dias (Funed - Governo do Estado de Minas Gerais). Com a autorização, nove milhões de comprimidos começarão a ser produzidos a partir da próxima semana, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 410 milhões ao país no decorrer de cinco anos (até 2015).

Atualmente, cerca de 64 mil pacientes de aids e 1,5 mil de hepatites fazem uso do tenofovir no país. Essa produção tornou-se uma realidade em função de parceria público-privada, viabilizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. O primeiro lote nacional do tenofovir estará disponível para os pacientes no final de março.

Com o início da fabricação, 10 dos 20 medicamentos antirretrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passam a ser fabricados no Brasil, diminuindo em cerca de 47% os custos com a importação do medicamento (até 2015) e fortalecendo a autonomia do país na produção de fármacos. A concessão também comprova a capacidade técnica de produção nacional e reafirma o compromisso com a sustentabilidade do tratamento para as duas doenças. “Além de disponibilizar o medicamento para as pessoas que vivem com aids e hepatites, fica garantida a oferta a longo prazo, contribuindo para diminuir a dependência externa”, enfatiza o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco.

Em 2010, foram investidos R$ 577,6 milhões na aquisição de antirretrovirais importados e R$ 224,9 milhões na fabricação dos nacionais. Mesmo incluindo o investimento com incorporação da tecnologia, o preço inicial do tenofovir nacional será o mesmo pago pelo SUS na última aquisição internacional: R$ 4,02. Até o final de 2011, a Funed entregará ao Ministério da Saúde, em quatro etapas, 36 milhões de comprimidos.

A produção do tenofovir no Brasil é uma conquista do governo e da sociedade civil. O Instituto de Tecnologia de Fármacos (Farmanguinhos) e a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) entraram com um processo no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) argumentando que não havia atividade inventiva no medicamento.

Em 2008, o Ministério da Saúde declarou interesse público do tenofovir, para fins de análise do pedido (Portaria nº 681/2008). Em junho do mesmo ano, o pedido de patente foi indeferido. A partir daí, o Brasil começou a investir na produção nacional do medicamento e o produto foi aprovado em todas as etapas de qualidade determinadas pela Anvisa.


Assessoria de Imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
61/3306-7051/ 3306-7024 / 3315-2591


Fonte:  http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12185