4 de setembro de 2010

Educação Continuada em Enfermagem

Nas instituições hospitalares, a Enfermagem desempenha importante papel na preparação da infra-estrutura para a realização segura e eficaz dos procedimentos médicos e de enfermagem, além de ações assistenciais, orientação e educação preventivas, visando ao autocuidado, facilitando a reintegração social do paciente.

No Brasil, a equipe de enfermagem representa o percentual mais significativo de pessoal, chegando a atingir em alguns casos cerca de 60% nas instituições hospitalares.

A maioria das instituições de saúde tem um setor denominado“educação continuada ou contínua” ou “educação em serviço”que, para desenvolver suas atividades necessita de recursos naturais,financeiros, físicos e, sobretudo, humanos.

A Organização Panamericana de Saúde - OPAS recomenda que um profissional (enfermeiro) seja o coordenador e responsável por este Setor, diretamente envolvido com o atendimento às necessidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

A participação dos enfermeiros é essencial, porque eles mantêm contato direto e permanente com a equipe de enfermagem, o que possibilita perceber a realidade e avaliar suas necessidades.

Nos hospitais, a qualidade se impõe da mesma forma como na mundialização dos mercados, no aumento da oferta e na diversificação das tecnologias.

Qualidade no hospital não tem o mesmo sentido que na indústria, onde ela expressa a conformidade de uma peça ou produto a uma norma ou especificação preestabelecida. O hospital, como outras empresas de serviços, está sujeito ao humano, à imprevisibilidade das situações, à particularidade das ocorrências e exigências, o que não invalida as normas, apenas exige maior atenção para observar, escutar, imaginar e antecipar ajustamentos e adaptações. É importante refletir que as instituições hospitalares necessitam ter “uma qualidade melhor”

Nesta tarefa, todos têm sua função e responsabilidades, pois o paciente tem o direito ao diagnóstico e tratamento, administração dos medicamentos, leito e roupas, iluminação e ventilação, alimentação, comunicação, limpeza, técnicas para evitar infecções, por vezes fatais, entre outros serviços, não de qualquer jeito ou como favor, mas como direito e com qualidade. Nos serviços de saúde, os processos educativos visam ao desenvolvimento dos profissionais por uma série de atividades genericamente denominadas de capacitações, treinamentos e cursos emergenciais ou pontuais, estruturados e contínuos.

O saber fazer deve ser um saber fazer bem, que leve em conta os aspectos técnicos, políticos e éticos. Para o profissional de saúde, não basta saber é preciso “articular responsabilidade, liberdade e compromisso”. Nessa direção nos processos educativos é preciso pensar em interação, não apenas entre campos de saberes, mas entre os profissionais das diversas áreas de conhecimento.

Pela reflexão e crítica num trabalho interdisciplinar, é possível construir uma nova consciência da realidade do pensar com a troca, a reciprocidade e a integração entre diferentes áreas, objetivando a resolução de problemas de forma global e abrangente. “A interdisciplinaridade é uma condição para uma educação permanente” que exige mudança de atitude individual e institucional.

Assim, a Educação Continuada é um conjunto de práticas usuais que objetivam mudanças pontuais nos modelos hegemônicos de formação e atenção à saúde. É “um processo que busca proporcionar ao indivíduo a aquisição de conhecimentos, para que ele atinja sua capacidade profissional e desenvolvimento pessoal considerando a realidade institucional e social”

A Educação Permanente tem evoluído em seu conceito e contexto dos sistemas de saúde. Assim trata-se de um processo permanente que promove o desenvolvimento integral dos profissionais do setor, empregando os acontecimentos do trabalho ambiente normal das atividades em saúde e os estudos de problemas reais e do cotidiano e situações mais apropriadas para atingir uma aprendizagem significativa.

As empresas devem buscar a capacitação e o desenvolvimento de seus quadros, pois observa-se que, atualmente nas organizações hospitalares, o contraste entre necessidades e realidade é acentuada. Desse modo, um programa de educação voltado aos profissionais de enfermagem requer um planejamento dinâmico, participativo e interdisciplinar com objetivos definidos, buscando atender diretamente as necessidades da organização e dos profissionais.


Fonte: SILVA, Gizelda Monteiro da and SEIFFERT, Otília Maria L. B.. Educação continuada em enfermagem: uma proposta metodológica. Rev. bras. enferm. [online]. 2009, vol.62, n.3, pp. 362-366. ISSN 0034-7167.


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